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Na E_02, Lyncoln ainda vale-se do movimento artístico Ready-made para a escolha das materialidades: institui-se o acrílico de box de banheiro para criar uma headpiece e duas peças de upcycling. As formas criadas aludem a sensações ligadas à opressão que se torna latente a “corpos estranhos”, acentuando os sentimentos de medo, sufocamento e incertezas.
A coleção E_02, apresentada no museu Casa Mário de Andrade, reflete a dinâmica global que nos direciona para problemáticas que tangem a opressão social, a padronização e controle dos corpos. Alinhando-se com a atualidade, Lyncoln decidiu, como forma de resistência e crítica, olhar para esta que o permeia: a homossexualidade.
Ao estudar o tema geral proposto – Mário de andrade – o estilista da marca decidiu explorar o lado pessoal de Mário, focando-se em sua orientação sexual e a forma como o mesmo se expressava em termos de vestimenta e poses para fotos.
Durante o processo de construção e visitas técnicas ao local da instalação, percebeu-se a necessidade de transpassar o trabalho proposto com uma menção a Anita Malfatti.
O espaço físico do museu que a marca ocupou dispunha de um enorme retrato de artistas envolvidos na Semana de Arte de 1922, mas sem nenhum elemento ligado às artistas mulheres.


A headpiece posicionada ao lado dos homens representados na imagem, traz um texto de Anita em seu interior: “Os objetos se acusam só quando saem da sombra, isto é, quando envolvidos na luz.” visto somente quando vestida em um corpo. Palavras de Anita Malfatti que simbolizam a incerteza da autenticidade de um indivíduo perante a sociedade, através da metáfora de um objeto.